A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) lançaram em julho deste ano um relatório chamado “Hunger Hotspots: FAO-WFP early warnings on acute food insecurity” (Pontos críticos da fome: alertas precoces da FAO e do WFP sobre insegurança alimentar aguda), que adverte acerca das múltiplas e iminentes crises alimentares no mundo, impulsionadas pela covid-19, crise climática e conflitos, como a guerra na Ucrânia, que têm aumentado os preços de alimentos e combustíveis em muitas nações do mundo. Estes acontecimentos agravam contextos com sistemas agroalimentares frágeis.
Além disso, a ONG Acción Contra el Hambre, que tem como referência a análise do Boston Consulting Group, explica que foram identificados quarenta e cinco países ao redor do mundo que estarão seriamente expostos ao impacto da crise alimentar. Entre eles estão Guatemala, Venezuela, Colômbia e Peru; e, em menor grau, Honduras e Nicarágua. Para saber mais sobre as causas, consequências e possíveis soluções para a crise alimentar global, ouça este podcast de Radar Climático.
De acordo com o WFP, dos 2,3 bilhões de pessoas que vão dormir, a cada noite, com fome ou sem comida suficiente para levar uma vida normal, 11% estão na América Latina e no Caribe. Ouça as causas e consequências da crise alimentar na região no podcast.
No podcast de Radar Climático foi entrevistado Claus Reiner, diretor do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) no Brasil, que sustentou que a crise alimentar aumenta a pobreza na região. Também foi entrevistada María Mercedes Proaño, responsável pelo financiamento climático e ambiental da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que explicou que algumas das soluções estão na transformação dos sistemas agroalimentares da região para que que sejam mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis.
Ouça as entrevistas neste episódio do podcast.
Segundo o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2022” (SOFI, na sigla em inglês), elaborado pela FAO e outras instituições da ONU, em um ano, o número de pessoas com fome na América Latina e no Caribe cresceu 4 milhões. Ainda de acordo com o documento, é indispensável criar políticas relacionadas ao meio ambiente, mudanças climáticas e outros setores para melhorar os sistemas agroalimentares. Leia o resumo aqui e o relatório completo aqui.
As mudanças climáticas estão atingindo a agricultura na América Latina. Não apenas eventos climáticos extremos, como secas e ondas de calor, mas também chuvas torrenciais e inundações têm um impacto direto na produção agrícola e pecuária. Soma-se a isso novos conflitos, que surgem na região devido aos fluxos migratórios e problemas de segurança. Entenda mais sobre o assunto nesta entrevista com Emy Padilla, diretora do jornal digital Criterio, de Honduras, que traz a situação do Corredor Seco da América Central.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) alertam que a insegurança alimentar aguda provavelmente se amplie ainda mais em 19 países ou situações – os chamados focos de fome -, durante o período que vai de outubro de 2022 a janeiro de 2023. Baixe o relatório mais recente aqui.
O uso do glifosato na América Latina e no Caribe, especialmente no setor agrícola cada vez mais industrializado, e na Colômbia, no combate aos cultivos ilícitos, representa uma ameaça à segurança ambiental na região. Leia mais sobre o assunto e sua relação com a crise alimentar na nesta publicação.