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COP-28: O início do fim dos combustíveis fósseis?

Há poucos dias terminou a 28ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-28), que foi realizada nos Emirados Árabes. Durante duas semanas, representantes de mais de 195 nações negociaram e apresentaram o documento denominado Consenso dos Emirados Árabes Unidos sobre Mudanças Climáticas, que faz um chamado aos países para que se afastem dos combustíveis fósseis, que contribuem significativamente para a crise climática. De 1º a 13 de dezembro, mais de 2% das notícias centraram-se nas mudanças climáticas. Este é o percentual máximo alcançado a cada ano, sempre relacionado à cobertura da COP.

El Espectador, um dos meios de comunicação que realizou intensa cobertura sobre o tema, explicou as principais conquistas e lacunas deixadas pela COP-28, e ressaltou que ainda estamos longe do objetivo principal do Acordo de Paris: limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C até o final do século. No entanto, discutiu também que um dos principais avanços da COP-28 está relacionado com o fato de ter sido feita, pela primeira primeira, menção específica aos combustíveis fósseis. Desde o Acordo de Paris, o carvão já havia sido mencionado, mas não o petróleo e o gás, informou a imprensa.

Para ampliar a compreensão do assunto, esse jornal entrevistou um negociador da Colômbia, que destacou a busca pelo ‘phase-out’, ou seja, a eliminação dos combustíveis fósseis. Contudo, o que “foi alcançado foi um ‘stay away from’”, o que significa um afastamento dos combustíveis fósseis.

 

Infobae, com base nas informações das agências AP e AFP, informou que o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Still, disse aos delegados que os seus esforços eram “necessários para acabar com o principal problema climático da humanidade: os combustíveis fósseis e a poluição que queima o planeta. Ainda que em Dubai não tenhamos virado a página da era dos combustíveis fósseis, este resultado é o começo do fim”.
Outro dos principais avanços da COP-28, que recebeu ampla cobertura da imprensa da região, foi o lançamento do Fundo de Perdas e Danos, um tema importante para a América Latina e o Caribe, que já recebeu suas primeiras contribuições financeiras. El Comercio enfatizou que o fundo para os países mais vulneráveis entrará em vigor em 2024.


Semana do Clima na América Latina e Caribe:
Uma posição comum

Antes da COP-28, em outubro, ocorreu a Semana do Clima da América Latina e do Caribe (LACCW 2023), que foi organizada pelo governo do Panamá e sediada na Cidade do Panamá. Embora o evento tenha sido acompanhado pela imprensa, não teve cobertura massiva nos meios de comunicação analisados por Radar Climático. El Espectador explicou que neste encontro foi alcançada uma proposta, liderada pela Colômbia, para unificar as posições da região, entre as quais se destacou a prioridade indiscutível na agenda latino-americana a respeito da adaptação a um mundo de 1,5°C, segundo Susana Muhamad, Ministra do Meio Ambiente da Colômbia.

Durante a Semana do Clima, evidenciou-se a importância da região no enfrentamento dos problemas ambientais. Minuto 30 publicou a declaração de Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), ressaltando que a América Latina e o Caribe abrigam a maior diversidade do planeta. Logo, a solução para a captura de carbono passaria pelas florestas.

 

 

Cúpula das Três Bacias:
O que você deve saber

A segunda edição da Cúpula das Três Bacias dos Ecossistemas da Biodiversidade e Florestas Tropicais, aconteceu em outubro, na República do Congo, e contou com a participação de representantes da Amazônia, Congo e Bornéu-Mekong, no Sudeste Asiático. O encontro oportunizou conversas sobre a proteção e conservação das três maiores bacias tropicais do mundo, com participação de representantes dos governos, do setor privado, de cientistas, entre outros.

Por se tratar de uma conferência internacional, esperava-se maior cobertura jornalística da região, mas isso não aconteceu. Semana (meio de comunicação não analisado por Radar Climático) explicou que um dos objetivos da cúpula era forjar alianças para a proteção de 80% das florestas tropicais do mundo.

 

 

Cúpula da Amazônia

Um dos eventos com maior cobertura durante 2023 foi o IV Encontro de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica – também chamado de Cúpula da Amazônia -, do qual participaram líderes dos países amazônicos, em agosto, na cidade de Belém do Pará (Brasil). El Comercio, em aliança com Mongabay, sublinhou que a Declaração de Belém, resultado da reunião, apresentou falta de compromissos concretos para impedir a expansão da fronteira de petróleo e gás na Amazônia. Além disso, não houve consenso sobre a proposta de atingir o desmatamento zero até 2030, medida promovida pelo Brasil e apoiada pela Colômbia.

O ranking dos meios representa a quantidade total de notícias sobre mudanças climáticas publicadas nos meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro (até o dia 13) em países da América Latina e Caribe. Em cada país são analisados, em média, quatro veículos de comunicação.

Por meio de uma análise de tendências do Google Trends, apresentamos os assuntos mais buscados no último mês ​​na categoria ecologia e meio ambiente em Peru, Colômbia e Argentina, países que mais informaram sobre as mudanças climáticas.


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