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Mudanças climáticas: informes científicos que marcaram o 2023

Durante o ano de 2023 diversas organizações internacionais publicaram relatórios e estudos científicos relacionados com as mudanças climáticas, que sinalizam para a urgência de desenvolver ações de combate aos efeitos do aumento das temperaturas. Em alguns casos, a divulgação de tais informes teve uma significativa cobertura jornalística na América Latina. Nesta edição de Radar Climático evidenciamos os cinco trabalhos científicos mais destacados e como eles foram divulgados pela imprensa.

No mês de março, o lançamento do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) foi pauta na imprensa da região. Dos 50 meios de comunicação da América Latina e do Caribe analisados pelo Radar Climático, 15 meios realizaram cobertura sobre o relatório do IPCC.

El Tiempo explicou que, segundo o relatório, com um aquecimento entre 2 e 3 graus (que o mundo enfrentará se não houver responsabilidade com a redução das emissões de gases de efeito estufa), o gelo da Groenlândia e do Ártico ocidental derreterá quase completamente.

Para compreender melhor o relatório científico, veículos de comunicação, como El Mostrador, realizaram entrevistas com diversos especialistas. Paulina Aldunce, especialista chilena que participou da elaboração do texto, afirmou que o relatório oferece alternativas sobre como responder às mudanças climáticas, nas áreas de mitigação e adaptação. “É necessária uma redução generalizada, ou seja, em todas as regiões do mundo e em todos os setores produtivos que contribuem com os gases de efeito estufa”, indicou.

Nas últimas semanas foi publicado o Emissions Gap Report 2023, um relatório que sustenta que as atuais políticas para reduzir as emissões de carbono estão sendo tão insuficientes que neste século chegaremos a 3ºC de aquecimento, segundo o Infobae.

Em novembro, no contexto da 28ª Conferência das Partes sobre a Mudança do Clima (COP-28), a ONU publicou diversos estudos. Entre eles, o Relatório-Síntese sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de 2023, documento fundamental para as negociações climáticas. El Espectador informou que, segundo o documento, os compromissos atuais dos países, as NDCs, só conduziram a uma redução de 2% nas emissões de gases de efeito estufa em 2030, em comparação com 2019, quando o recomendado pelos cientistas seria 43%.

Apesar da importância desses relatórios, a cobertura do tema continua sendo iniciativa de jornalistas especializados, sendo poucos os meios de comunicação que dão espaço significativo à crise climática e aos respetivos estudos científicos.

Em maio, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou o seu informe sobre o clima de 2022 e vários meios de comunicação cobriram o lançamento. Prensa Libre explicou que, de acordo com a OMM, o derretimento progressivo da criosfera (como os polos e outras áreas da Terra onde a água está em estado sólido), pode agravar as alterações climáticas devido aos gases de efeito estufa que armazena. Além disso, Gestión divulgou que mais de um bilhão de pessoas vivem em áreas que dependem da água da criosfera para alimentar os seus rios, muitos deles parte das grandes bacias hidrográficas do mundo.

É importante ressaltar que a urgência por conservar e proteger a água, que está em risco devido ao aumento da temperatura, é cada vez mais visível.

Em novembro ocorreu o lançamento do Relatório sobre a Lacuna de Adaptação Climática, produzido  pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Vários meios de comunicação divulgaram o estudo. La Estrella explicou que os países ricos deveriam multiplicar os fundos entre dez e dezoito vezes para cobrir as necessidades de adaptação dos países pobres, considerando os efeitos devastadores da crise climática.

Embora o relatório tenha recebido visibilidade, foram feitas poucas entrevistas com especialistas latino-americanos para explicar com mais profundidade a importância da adaptação climática e a sua transcendência na região.

De acordo com El Tiempo, o relatório sublinha que simplesmente cumprir a meta estabelecida na COP-26, que pretendia alcançar 40 bilhões de dólares anuais para a adaptação climática até 2025, não é suficiente.

Por meio de uma análise de tendências do Google Trends, apresentamos os temas mais buscados na categoria “ecologia e meio ambiente” no Peru, Colômbia e Argentina, países onde mais se informou sobre mudanças climáticas neste período.


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